Bueno de Andrada – Bar e Mercearia Freitas (ou Coxinhas Douradas)

Local – Bueno de Andrada

Nome do recinto – é conhecido por Coxinhas Douradas, então vamos deixar assim

Endereço – boa pergunta, mas chegou em Bueno de Andrada é logo ali, ao lado dos trilhos do trem

CRÍTICA – por Unknown

Bom, a coxinha tão famosa de Bueno dispensa apresentações. Ela é famosa de verdade e, se alguém que chegou até aqui ainda não saiba, a notoriedade veio de uma crônica que Ignácio de Loyola Brandão dedicou a estas delícias, lá no longínquo 2001. Com tantas histórias e lendas espalhadas na web e nos melhores botecos, creio que ganhamos mais nos dedicando à análise. As histórias ficam para quem for até lá ler o mural enquanto espera a fila.

Crosta

A melhor que já comi. Não levei a trena de laboratório para nematóides no dia, mas arrisco a dizer que ela tenha uns 7 nanômetros de espessura. Sequinha de uma maneira que parece que foi frita no vácuo, óleo na medida, farinha idem. Tudo isso em uma coxinha que tem a altura de uma lata de refrigerante Provem e critiquem as outras.

Massa

Qualquer coisa depois de passar a primeira barreira do sabor chega a ser covardia. A massa é super bem feita, levinha e sem grandes sabores, preparando seu paladar para o recheio, que você sabe, está próximo.

Recheio

O frango desfiado em lascas generosas é úmido na medida como a muito tempo não se encontrava em coxinhas desprovidas do catupiry. Outra vantagem do recheio é que ele toma praticamente todo o interior. Não existe uma competição entre ele e a massa. O frango (e a crosta crocante) é a estrela, a massa está ali porque ela precisa estar.

Tempero

Não creio que o tempero tenha mudado depois que o local se transformou em um pólo do appetizer, mas agora em que os mais diversos paladares passam por lá é que não vai mudar mesmo. A pimenta que eles mandam junto é legal, quebra um galho, mas sinto falta de um toque diferenciador. A localização é única, a casquinha também, o ambiente exclusivo, o tempero, mais do mesmo.

Avaliação geral – 9,0

Outras fotos

Essa é a fachada do local, só para ninguém ter dúvida que chegou e não parar no botequinho da concorrência.

 

A fila, em plena terça feira (sim, sou desocupado e vivo de viajar atrás de coxinhas), em horário tardio de almoço. O caminhão da Coca-Cola estava chegando com a remessa de Fanta Uva (sério), comprovando mais uma teoria do blog que o refrigerante mais incompreendido do Brasil é, e sempre será, a bebida ideal para o acompanhamento da coxinha.

 

Vista bem interiorana que pode ser contemplada ao sentar no local para apreciar a iguaria. A hora que bater a calma e der vontade de colocar um matinho na boca você vai saber que valeu a pena.

AOS NÃO PURISTAS

Não é meu caso, mas por uma questão ética achei de bom tom publicar informações que talvez ofendam os fãs mais ardorosos do salgado mais aclamado do Brasil.

Esta é a versão local da coxinha de frango com catupiry. Eu sei, tem formato de bolovo e, para piorar, não é tão boa assim. O equilíbrio na coxinha tradicional conta com tanta harmonia que a mudança de formato e de recheio contribui diretamente para que a crosta, apesar de boa, não ficasse incrível. O catupiry, meio molengão, não pode ser considerado uma qualidade do recinto. Infelizmente.

Vale ressaltar que, aqui o problema não é a versão com catupiry, já aclamada e até bem avaliada pelo blog, mas seu formato hediondo. Abaixo entramos em outro conflito.

Que porra é essa? Escondidinho de coxinha? Senhor e senhora Bueno, tudo que faltou de ousadia no tempero da tradiça sobrou quando foram pensar nos possíveis recheios. Aqui o formato era da coxinha como todos a conhecem, mas a indisposição foi gerada por ela ser mais salgada que o Mar Morto. E a Fanta Uva não tinha nem sido descarregada. A mesma constatação feita em relação à crosta para o modelo de frango com Catupiry podemos repetir aqui: simplesmente não é igual.

A última heresia experimentada foi a categoria brócoli, e pasmem, era a melhor das reservas. Vegetarianos, sintam-se contemplados. O cardápio ainda contava com outros sabores e formatos. Por exemplo, a coxinha de carne moída era um rolinho. Mas não seria um croquete? A de bacalhau, calabresa e outras tantas não aguentei. De certa forma me pareceu uma perda da essência, da exclusividade e de tantas idiossincrasias que o local apresenta.

Mas se fôssemos dar uma nota, só para não passar em branco:

Avaliação geral – 5,5 (c/ catupiry); 4,0 (c/ carne seca); 7,0 (c/ brócoli)

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